Olimpíadas e Alienação – Questione Tudo

Alguns trechos do texto Olimpíadas e Alienação, da página QUESTIONE TUDO:


“A glorificação dos esportes, e numa forma ainda mais extremada através das Olimpíadas, representa a adoração máxima que existe dentro do capitalismo de ver o ser humano restrito a performance ideal de uma série de gestos repetitivos desejados. O “atleta olímpico” é o sonho de todo Patrão.
[…]

Assim, se atira uma bola numa cesta por “pontos”, e se deve chegar num dado ponto numa corrida “em tempo recorde”. O aluno, o trabalhador deve “imitar os jogadores” e “fazer sua parte” em se preocupar em “atingir metas” no lugar de refletir sobre a natureza daquilo que faz. A intenção é, negando todo dia o valor de nossas vidas, nos transformam em tolos que correm perpetuamente de forma árdua até o “fim do arco-íris”que na verdade é onde está nosso caixão.De fato, “atender a Demanda”, e consequentemente nos deformando e sendo tiranizados para um dado fim externo, aquele que por acaso tem a propriedade de manter o capitalismo.


Não é difícil, de fato, perceber a semelhança desses pobres atletas, com os animais adestrados no circo ou com os gladiadores postos lutar no coliseu.As medalhas, assim como o dinheiro, se tornam o equivalente aos métodos de condicionamento de comportamento sugeridos por Pavlov, que fazia cães salivarem ao ouvir o som de campainhas, por associarem-no com o alimento.Não por acaso, as medalhas lembrem muito moedas.


Assim, quando os atletas desfilam exibindo com o orgulho suas olimpíadas no pódio, quando este evento é transmitido para milhões de famílias, no mundo inteiro, o que se está comunicando é que a sujeição do ser humano a papéis, que lhe são falsamente atribuídos, e que é forçado a aceitar, pretende ser eterna.O objetivo da Ideologia é fazer as pessoas comprar a ideia de que apenas esse mundo é possível.
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 É o “atendimento de uma Demanda” criada num contexto histórico onde seres humanos foram transformados em ferramentas de gerar capital (que não é nada mais do que a atividade humana alienada), e cuja ordem do mundo lhes foi imposta a força, e o qual não podem conhecer e investigar, testando todas combinações possíveis de modos de viver, de coisas a criar.Afinal, são “obrigados” a buscar um salário, não a tratarem o mundo com reverência e como uma obra viva a ser pintada e admirada.
[…]
O que o economista profissional triunfalmente chama de Oferta e Demanda, longe de ser a “realização das necessidades humanas”,adestrado pelos seus professores para não fazer perguntas inconvenientes, é simplesmente o fornecimento de insumo indispensável para manter as rodas do sistema econômico girando, “alimentando” a máquina operário.Ela só existe dentre um contexto onde a produção e o consumo livres foram banidos, e onde só se pode ter acesso ao meio enquanto vendedor e consumidor de mercadorias, logo, o de uma máquina especializada em vender certas operações que consegue realizar, desesperada concorrendo com outras máquinas na mesma situação.


Por fim, quanto mais pobres for a vida diária do trabalhador em termos qualitativos, quanto menos ele conseguir criar por si mesmo, mais tentador parecerão os “bens de consumo”, e mais natural parecerá para ele se reduzir a uma engrenagem toda vez que vai ao trabalho.Até chegarmos a um ponto onde ver as Olimpíadas numa tela, no lugar de ocupar as fábricas e lutar contra o trabalho assalariado e a propriedade privada, pareça a única opção.
[…]” 
Link para o texto completo: Olimpíadas e Alienação

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